..."«Gullit. É este o nome que está na origem da guerra entre as claques de Benfica e Sporting e do corte de relações entre os clubes, há duas semanas. O que é que o antigo internacional holandês, bicampeão europeu pelo Milan em 1990, tem a ver com esta história? Directamente, nada, mas para o explicar temos de recuar mais de 20 anos, até à altura em que Jorge Maurício era o líder da claque No Name Boys (NN), do Benfica. O ultrabenfiquista, de 22 anos, que não falhava um jogo do clube, era fã de Ruud Gullit e ficou conhecido por essa alcunha porque andava sempre com um boné com a foto dele. No dia 14 de Setembro de 1994, no regresso a Lisboa após ter ido apoiar o Benfica à Croácia, num jogo da Liga dos Campeões contra o Hadjuk Split, Jorge Maurício morreu num acidente de automóvel em Espanha, num desastre que vitimou mais dois adeptos benfiquistas, Rita e Tino, de 20 e 26 anos. Vinte anos depois, na véspera do último Sporting-Benfica, elementos da claque Juventude Leonina fizeram uma T-shirt provocatória, com a foto de Jorge Maurício e o título: "Vão demorar muito a chegar?" Por baixo: "Auto-estrada 94. Uma viagem inesquecível! Bateu forte!" Os NN reagiram e no sábado, dia 7 de Março, durante o jogo de futsal Benfica-Sporting, surgiram na bancada com a faixa "Very Light 96". Para Liliana Mendes, isso foi um choque. Mas ela já viu coisas ainda mais desrespeitosas para com a memória do pai, Rui Mendes, que morreu atingido por um very light disparado por um adepto do Benfica na final da Taça de Portugal de 1996. É o caso de uma T-shirt, feita pelos No Name, onde se lê: "Foi no Jamor que o lagarto ardeu, na final da Taça o very light é que o f**eu"; ou ainda vídeos, postos no YouTube, com adeptos do Benfica a elogiarem Hugo Inácio, o autor do disparo. "Há um que diz, e peço desculpa pela linguagem: ‘É bem feito para esse filho da puta desse sportinguista ter morrido’"»
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(in Dragão até à morte)
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