sexta-feira, junho 05, 2009
O ADEPTO !
Chovia a cântaros . Era domingo . Ele , pegou no filho ,
despediu-se da mulher e meteu-se a caminho .
O seu Clube precisava mais do que nunca de ganhar aquele jogo .
Ele , O ADEPTO , sentia a obrigação de estar lá .
De corpo e alma . A puxar pela EQUIPA do seu coração .
No percurso até ao estádio , alheio ao mau tempo ,
mil e uma imagens se apoderaram de si :
- A primeira vez em que entrou naquele mesmo estádio ,
o mítico estádio do seu Clube , pela mão do seu querido Pai
( que Deus tenha !);
- Os guardas da GNR a cavalo , engalanados , autoritários ,
com ares de poucos amigos ;
- Os miúdos da sua idade suplicando , à entrada :
"senhor... senhor , leve-me consigo , por favor ... por favor "...
- A procura do lugar , as almofadas , as bandeiras no ar ;
- As equipas a entrar em campo , o Hino , o jogo ;
- O grito de golo ...golo...golo...
- A fé na vitória !
- O regresso a casa .
Chovia a cântaros . Era domingo .
O ADEPTO e o FILHO estiveram lá !
.
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2 comentários:
Também me lembro desses tempos.
Agora os meninos, ao intervalo, vêem com os baldes cheios de pipocas...
Um abraço
Esta prosa remete-me para a minha infância.
Faz-me recordar as deslocações domingueiras às Antas, de manhã para assistir a provas de atletismo na pista de cinzas ou a provas de ginástica (Salto em cumprimento, em altura ou à vara; Exercícios nas paralelas) tudo ao ar livre!
À tarde o futebol. Américo, Festa, Rolando, Pavão, Pinto, Jaime, Djalma, Nóbrega e tantos outros, trajando aquelas lindas camisolas!
Nos tempos em que ganhar era apenas um sonho.
Foi assim que o meu portismo se consolidou.
Um abraço
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