A ida a Belém traz-me à memória a Era dos Descobrimentos.
Diz-se que , à época , mal fundeavam as caravelas ,
o homem do clarim tocava a saque.
Nessa altura , a confusão gerada era tanta que
... "os maltrapilhos e miseráveis filados
entre a ralé Lisboeta, recrutados à força...
e maus filhos de boas famílias...”
na ânsia de serem os primeiros a desembarcar,
terão dado um valente encontrão ao homem do clarim que ,
este , o deixou cair ao mar .
Desde então , nunca mais foi possível tocar a cessar o saque !
Num ápice , hoje como outrora , depois de um longo encantamento ,
finalmente , caímos em nós .
Enquanto alguns se vão entretendo com a discussão apaixonada
dos delitos menores do futebol , outros - os espertalhões -
sem Honra e sem Vergonha , lá vão tratando da vidinha deles .
Cá por mim , continuo todos os dias a rezar a Deus ,
na esperança que alguém encontre o Clarim extraviado ,
segure no dito e , estridentemente , toque a cessar o saque !
.
1 comentário:
Brilhante analogia, meu caro. Mas não vale a pena esperar que o clarim apareça, antes pelo contrário, os clarins agora não são precisos, porque não há nada para sacar.
Saquemos os três pontos que tanta falta nos fazem.
Um abraço
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