quinta-feira, abril 17, 2008

A JUSTIÇA DIVINA !














Escrever dá um trabalho danado.
E escrever bem , então , ainda dá mais .
Falar (para quem não é mudo) custa muito menos .
Por isso , cada dia que passa ,
vemo-nos sistematicamente compelidos
a aturar autênticos festivais de triunfalista verborreia.

Ainda bem que , ontem , o SPORTING ganhou .

Caso contrário , o jogo do próximo Domingo ,
no DRAGÃO , já estava no papo .

No deles , pois claro !

2 comentários:

Anónimo disse...

Cronica deManuel Martins Sá, sobre as finais do Jamor:

PORQUE MOTIVO NÃO QUEREM SAIR DO JAMOR?


A TAÇA É NOSSA

1 – Estou com Cícero: « Qualquer um pode errar mas ninguém, sendo inteligente, pode persistir no erro.». Que é como quem diz: nunca é tarde para emendar o que está mal. Este prólogo tem que ver com a velha polémica questão do palco da final da Taça de Portugal que, como se compreende, é ressuscitada sempre que a disputá-la é o FCPORTO e um dos dois grandes de Lisboa. Com equipas ditas pequenas, o problema não se coloca porque, em regra, são vítimas previamente designadas para a imolação.

2 – Uns defendem que o local apropriado é o estádio Nacional, outros entendem que não. Faço parte da patrulha destes ultimos, e espanta-me que os alegados rostos do sistema, como Pinto da Costa e Valentim Loureiro, ainda não tenham conseguido remover do regulamento da FPF uma escória anacrónica que vem dos tempos da outra senhora e que assumiu foros de lei , ao que julgo, nos tempos do longo consulado federativo de Silva Resende. Significa que o sistema de então ainda prevalece sobre o sistema de agora. Como somos sensíveis aos exemplos estrangeiros, dizia-se que deviamos copiar a Inglaterra, onde a final da taça era uma festa que tinha sempre lugar em Wembley. Mas, até lá, já não é assim. Ficamos sós.

3 – Em abono da minha teoria, não vou servir-me dos muitos argumentos que tenho visto invocados pelos que contestam o statu quo: a insegurança do recinto, a sua reduzida capacidade, o mau estado do relvado, a falta de conforto, a vetustez e decrepitude das estruturas de apoio, o facto de até a selecção nacional nunca ali realizar qualquer jogo ( ali, no Estádio Nacional) , o que é sintomático e eloquente. Não. As minhas razões são outras.

Primeira: a verdade desportiva, que deve estar subjacente a toda a competição e que obriga a pressupor igualdade de condições e oportunidades.

Ora, alguém têm dúvidas de que o estádio Nacional favorece objectivamente as equipas de Lisboa ? Penso que não.

Porquê ?

Porque jogam em casa, um factor determinante. Passa pela cabeça de alguém que o Benfica teria conquistado sete das oito taças que disputou com o FCPORTO se a final tivesse outro palanque ? Se têm, consulte as estatísticas da Supertaça Cândido de Oliveira, que não se joga lá, e extraia conclusões.



Segunda: a justiça económica. O futebol é uma industria e, como tal, procura rentabilizar o mais possivel o seu produto-espectaculo. Os clubes são empresas, algumas cotadas em bolsa, que precisam de vitórias para valorizar o seu património e os dos seus accionistas. Cercear-lhes esse direito é atentar contra os seus legítimos interesses. Um triunfo na taça abre a Europa ao vencedor e traz-lhe benefícios financeiros. Não chega ? Se não chega, acrescento mais um dado: em nenhum outro país do Mundo a final da taça tem local fixo e mormente onde o futebol tem grande expressão, tais como Itália ( joga-se a duas mãos nos campos dos contendores), Alemanha, França, Inglaterra e Espanha. Ainda há dias vi o rei Juan Carlos no estádio de Montjuic em Barcelona a entregar o troféu ao capitão do Saragoça. Porquê lá ? Porque os adversários dos aragoneses eram os castelhanos do Real Madrid. Local neutro.

Conclusão: O problema existe, é grave e tem que ser resolvido urgentemente pela Federação com equidade, que é para isso que ela lá está. Sejamos sérios.

dragao vila pouca disse...

ÓPTIMO artigo de um excelente jornalista, correspondente de uns dos melhores jornais desportivos do Mundo, Gazzetta dello Sport.
Se o Jamor fosse no Porto há muito tempo que já estava fora de serviço, mas, como é na Capital...dá muito jeito!
Um abraço